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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Tesouro De Klaus - O Vilarejo Das Estátuas

Desculpem por ficar sem postar tanto tempo assim. E para recomeçar muito bem, trago a vocês o novo capítulo do meu livro. Preparem seus corações, pois aí vem aventura!
Se quiser saber mais sobre os outros capítulos, clique aqui.


Eles andaram pelo vilarejo durante alguns minutos, e tudo que viram foram estátuas. O capim crescia alto e
plantas trepadeiras se enrolavam nos postes e dominavam as casas. Um deserto se desenrolava em volta do
vilarejo, porém o chão estava pavimentado com pedras. Era noite.
-O que aconteceu aqui? – disse Horn.
-Parece que era um vilarejo bem próspero – disse Darko.
-Estão sentindo esse cheiro? – disse Barius.
-Eu estou – disse Tronk, dando uma fungada – Está vindo dali.
Tronk apontava uma para um local enorme, a placa estava descascada, de forma que só se lia:
DR  G  O
VER  E
Eles entraram e se depararam com um salão de madeira verdadeiramente grande, havia um balcão e garrafas
de hidromel, vinho e cerveja na prateleira pendurada na parede atrás do balcão. As mesas redondas de
madeira estavam polidas, e cadeiras também de madeira.
-Perceberam que tudo aqui está intacto? Não há rachaduras, sujeira, e nem trepadeiras por todo lado
observou Barius.
-Concordo, e agora estou sentindo o cheiro que vocês haviam citado – disse Darko.
-Eu também. É um cheiro de... café e balas de menta. Mas a mistura dos cheiros não me agrada nada – disse
Barius.
Eles exploraram o lugar durante meia hora, então Horn pulou o balcão e começou a olhar as garrafas, então
viu uma marca na madeira da prateleira e percebeu uma corda fina, então ele a puxou, e a prateleira subiu.
-Venham cá! – gritou Horn.
Barius, seguido de Darko e Tronk respectivamente, foram para o local onde Barius estava. Eles olharam lá
dentro, porém estava tudo escuro. Darko acendeu o lampião, que ele achara em baixo de uma mesa do
salão. O lampião iluminou pouco, de forma que eles só viam as coisas que estavam perto. E Horn não queria
saber se havia algum tipo de criatura assassina ali dentro, só quando ela estivesse perto o suficiente para
matá-lo.  Mas de qualquer forma eles teriam que entrar, então entraram.
Eles vagaram a esmo, com o pequeno circulo de luz do lampião iluminando apenas seus pés. Tudo estava
silencioso, e é por isso que Horn estava ainda com mais medo. “Será que é aqui que vamos encontrar a
prim...”, pensava Horn, quando percebeu que seus amigos haviam sumido. Ele olhou em volta e não viu nada,
apenas escuridão. “Onde eles foram?”, pensou Horn.
Horn começou a andar para a direita com as mãos estendidas, então encontrou a parede. Foi se apoiando
nela e andando, então ele viu uma claridade pela frente, porém devia estar muito longe, pois a luz era fraca.
Ele continuou a andar apoiado na parede, e a claridade foi ficando mais forte. Então ele finalmente chegou ao
ponto onde havia a claridade.
Era um salão circular, com uma torre no centro e um precipício que dava num lago de lava que circundava a
torre. Horn teve vontade de voltar, para encontrar seus amigos, mas havia alguma coisa lhe dizendo para ir
para a torre, e aquele impulso era mais forte do que seu medo. Horn percebeu uma ponte de madeira indo
para a torre. Pelo estado em que se encontrava, qualquer peso grande poderia arrebentá-la. Ele começou a
atravessar a ponte.Ela rangia a cada passo, mas Horn estava determinado a chegar à torre. Quando estava
no meio da ponte, ele olhou para baixo e viu algo se mexer. Era um lagarto de, no mínimo, uns cinco metros e
quase imperceptível, pois ele se camuflava bem. Olhou novamente para frente e continuou a andar. Quando
estava quase chegando lá, a ponta da corda que prendia o precipício á torre, arrebentou, deixando a ponte
pendurada e presa apenas pela ponta da frente. Horn se agarrou firme na madeira, mas o lagarto percebeu e
deu um pulo tentando alcançá-lo, Horn sentiu seu bafo quente subir pelo corpo, mas logo o lagarto desceu
novamente para a lava. Horn continuou a subir, com muita dificuldade. Suas mãos estavam suadas e ficavam
escorregando, então o lagarto deu outro salto e quase o alcançou. Ele se desequilibrou com o susto e ficou
pendurado apenas com a mão direita. O lagarto pulou de novo, e quase o alcançou novamente. Então, Horn
viu uma adaga fincada entre as pedras. “Esse lagarto vai me alcançar no próximo pulo”, pensou ele.
Ele apoiou os pés numa das tabuas da ponte e colocou a adaga no cinto, agarrou firme outra tabua e
recomeçou a subir. O lagarto preparou-se e pulou, porém, ao invés de cair novamente no rio de lava, ele
grudou na parede e começou a escalar atrás de Horn, destruindo a ponte. Horn começou a subir mais
depressa, porém suas botas escorregavam muito e suas mãos tremiam. Então, a criatura abriu a boca e
espirrou um jato de lava, que fez Horn desequilibrar-se novamente. A criatura começou a subir mais
rapidamente, então Horn se arrumou e começou a subir novamente, dessa vez mais rapidamente. A criatura
iria alcançá-lo a qualquer momento, e então Horn chegou ao fim da ponte e correu para o portão da torre, e
descobriu que ele estava trancado.
O lagarto escalou toda a torre e quando chegou lá em cima, espirrou um jato de lava para cima, parecendo
um chafariz enorme e mortal. O lagarto olhou para ele se posicionou de quatro, e rosnou para ele. O monstro
balançou o rabo e olhava nos olhos de Horn. Horn olhava para os olhos dele sem querer, era como algum
tipo de hipnose. Porém, quando a criatura balançou o rabo, ele acordou da hipnose. O lagarto jogou o rabo
coberto de espinhos para cima dele, e Horn rolou para o lado, fazendo o lagarto acertar o portão da torre,
que ficou com um grande amassado.
Horn teve uma idéia. Posicionou-se de frente ao portão, e o lagarto espirrou o jato de lava, Horn rolou para
o lado, porém sua camisa queimou um pouco, apesar de que ele já estava com a roupa rasgada, pois de
alguma forma a fumaça que subia da lava fez sua camisa queimar em vários pontos. Ele voltou para frente do
portão, e a criatura jogou o rabo novamente para cima dele, e então Horn desviou novamente. Horn ouviu o
barulho do portão caindo.
O lagarto levantou-se em duas patas e novamente soltou o jato de lava, enquanto o lagarto fazia isso, Horn
correu e entrou na torre. Não viu nada, só uma escada então começou a subir a escada, quando chegou ao
segundo andar, ouviu o dragão destruindo a entrada atrás dele, Horn olhou para a escada e viu que se o
lagarto continuasse a forçar a entrada, a torre desmoronaria. Olhou em volta e não viu nada, só mais uma
escada, então ele subiu. Chegando lá em cima, ele viu uma mesa redonda de pedra com estranhas inscrições.
Horn não sabia como, mas ele soube o que fazer. Tocou três das inscrições e a mesa girou revelando mais
uma escada, dessa vez para baixo. Ele desceu correndo, pois o lagarto iria derrubar a torre. Chegando lá, ele
viu uma caixa e quando ele a abriu, ele viu um pedaço de pedra que parecia a ponta de uma chave, então ele
a pegou. Curiosamente, uma parede desmoronou na frente dele e ele viu o lagarto. Porém o lagarto não o
vira e Horn correu e abaixou-se, e engatinhando por baixo do lagarto, ele foi chegando perto do portão. “Se
essa coisa abaixar, eu vou morrer esmagado”, pensou Horn.
Ele chegou ao portão e percebeu o problema que ele tinha: como chegar ao outro lado? Horn olhou para a
ponte caída e percebeu que havia gêiseres de lava que empurravam a ponte quase até o outro lado. “É uma
idéia maluca e perigosa, mas é a única”, pensou Horn. Ele começou a descer para a ponta da ponte, e
esperou. Bolhas começaram a se formar na lava e então um dos gêiseres soltou lava, queimando um pouco
as mãos de Horn. Quando a ponte subiu, Horn jogou o corpo para trás e deu um mortal no ar, e caiu
sentado no chão. Enquanto Horn olhava, o lagarto entrou com o corpo inteiro na torre e ela começou a
desmoronar, soterrando o lagarto. Horn voltou para o túnel escuro e começou a voltar para o salão.
Depois de andar a esmo e no escuro durante muito tempo, Horn percebeu que amanhecera. Ele puxou a
corda novamente, fazendo a estante de bebida voltar para seu local original. Ele pegou uma garrafa de
hidromel e bebeu um grande gole no gargalo da garrafa. Ele dirigiu-se a uma mesa, e sentou-se na cadeira.
Tirou do bolso o que parecia ser a primeira parte da chave, e bebeu mais um pouco da garrafa de hidromel.
Ficou olhando-a durante um tempo. “Como meu bisavõ fez para colocar isso lá? Não há nada no diário dele
falando sobre as partes da chave ou sobre o que era o tesouro, e muito menos o que guardava as partes da
chave. Imagino o que deve ser que protege as outras partes e a safira encantada”, pensou Horn.
-Ba... – ia dizendo Horn, mas então lembrou-se de que eles haviam sumido. Tudo o que acontecera, tirou o
desaparecimento dos amigos de sua cabeça. Mas agora, ele lembrou-se e uma preocupação começou a
crescer em sua mente. “E se eles estiverem mortos?”, pensou Horn. Um debate interno começou dentro dele.
Uma parte da mente dele dizia “ O prazo é curto e eu já peguei a primeira parte da chave, além disso, tenho
o diário e poderei traçar o mapa eu mesmo. Posso deixá-los e o tesouro será meu! E a outra parte dizia:.
“Eles são meus amigos e eu não irei abandoná-los”
-Eu sei que eles não morreram e eu irei salvá-los! – disse Horn, levantando-se e tropeçando-nos próprios
pés. Ele não agüentava beber muito, e, sem perceber, bebera a metade da garrafa. Ele desmaiou.
Quando acordou, olhou em volta, com a memória voltando aos poucos. Então, de repente, os últimos
momentos antes de apagar vieram a sua mente numa velocidade incrível.
-Que bom que acordou Horn! Já estava ficando preocupada – uma voz de mulher disse.
Horn reconheceu a voz. Ele olhou para a direção da onde a voz viera.
-Você! – disse ele.
-Sim, eu – disse a maga.
-Desculpe pela grosseria com que a tratei da última vez que nos encontramos.
-Está tudo bem, Horn.
-Como você ficou sabendo que eu estou aqui?
-Tive um sonho e vim para cá. Então o encontrei deitado no chão. Como não tinha onde te colocar deixei
você aí mesmo. Quer café?
-Como você fez o café?
-Com o pó de café que estava em um dos quartos no andar de cima – disse a maga, apontando com o dedo
indicador para o teto.
Horn andou até o balcão, que era onde a mulher estava. Bebericou a xícara de café, e disse:
-Preciso da sua ajuda.
-Eu sei. Seus amigos sumiram e você pretende ir buscá-los onde quer que estejam – disse a mulher,
colocando leite na xícara de café – Estou aqui para lhe avisar que esse é um caminho perigoso, você pode
morrer.
-Isso significa que eles também podem morrer.
-Você é importante para o futuro, Horn. Não pode morrer, não antes de conseguir o tesouro – disse a
mulher, olhando firmemente nos olhos dele.
-Como assim sou importante para o futuro?
-È melhor não saber, só quero que saiba que você pode morrer.
-Então devo ir embora e deixar meus amigos aqui, é isso que está dizendo para eu fazer?
-Sim.
-Nunca! Se não quiser me ajudar, não ajude. Mas não atrapalhe – disse Horn.
-Eu não posso ajudá-lo, o lugar onde eles estão bloqueia o poder das runas – disse a mulher.
Horn bateu a porta e saiu para o vilarejo.
 Olhou em volta e viu as estátuas, não havia percebido antes, mas agora que estava claro, ele percebeu que
havia estátuas que estava numa posição como se fugindo de alguém, ou alguma coisa. Ele se aproximou e viu
que as expressões nos rostos das estátuas eram de terror. Ele percebeu que elas pareciam estar correndo na
direção do portal. “Será que o portal já existia quando essas pessoas viraram estátuas?”, pensou Horn.
Ele resolveu seguir na direção contrária ao portal, e andou durante alguns minutos e chegou à frente de um
bosque. Decidiu entrar no bosque. Ele andou durante algumas horas, então se cansou e começou a pensar
em voltar, porém percebeu que estava perdido. Não tinha como saber para que lado o vilarejo estava, pois,
para onde ele olhava, havia apenas arvores altas e intimidadoras. Ele decidiu que andaria mais um pouco,
mas se não achasse nada, voltaria para o vilarejo. Andou por mais algumas horas, e o Sol foi descendo,
começando a deixar Horn na escuridão.
Depois de mais alguns minutos, o Sol sumira, dando lugar a um luar muito claro. Ele olhou e viu uma gruta,
mas não era uma gruta normal. A entrada parecia ter sido forjada por mãos habilidosas, pois ela tinha o
formato da cabeça de um dragão. Não que Horn já tivesse visto um dragão antes, mas viu muitos desenhos
para reconhecer a forma forjada na entrada da gruta. Havia todos os detalhes: narinas, olhos e dentes.
Dentes pontudos de pedra que deixaram Horn apreensivo.
Horn tinha um pressentimento de que seus amigos estavam ali, então entrou na boca do dragão. 

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