Siga-me no Twitter!

Curta no Facebook!

domingo, 30 de janeiro de 2011

The 39 Clues - O Ladrão De Espadas - Peter Lerangis

Estou um pouco atrasado com vocês, sei disso e peço minhas mais sinceras desculpas. Já estou lendo o livro 5, e deixei a resenha desse e do livro 4 no esquecimento. Mas agora vou até o fim com essa resenha.

Após conseguirem a segunda grande pista, os irmãos Cahill são levados ao Japão e, ao chegar lá, eles são levados a investigar a vida de Toyotomi Hideyoshi, um outro Cahill que se envolveu nessa busca ao tesouro, a séculos atrás. Agora eles são obrigados a fazer aliança com seus inimigos, o que vai levá-los por um caminho que pode ser muito perigoso. Não conhecia Peter Lerangis antes desse livro, mas agora que li esse livro, irei procurar outros livros dele. O livro tem aventura, enigmas e ação do começo ao fim. O livro, apesar da história ser ficcional, o livro se mantém fiel a realidade. Com exceção de uma cena:

SPOILER A FRENTE

Em certa cena do livro, eles são perseguidos pela Yakuza. Os Yakuzas começam a atirar shurikens, mas não conseguem acertá-los. Fiquem um pouco encucado com isso, afinal eles fazem parte de um máfia e são assassinos profissionais, porém não conseguem acertar duas crianças! Acho que depois dessa, eles serão "demitidos".

É muito interessante observar, novamente, a diferença dos estilos de escrita. Gordon Korman não alternava entre os personagens nos capítulos, já Peter Lerangis alterna entre os personagens, mas não apenas entre Amy e Dan. Aqui nós conhecemos um pouco mais de outros personagens, pois ele descreve certas cenas da visão de outras equipes. Por exemplo, alguns capítulos são contados da visão de Ian Kabra, e outros da visão de Alistair Oh. Com isso nós os conhecemos mais e conhecemos suas razões para entrar na caça as 39 pistas. Isso só deixa o livro ainda mais legal.

Se você for um fã da série, saiba que esse livro não fica devendo em nada para os outros dois. Mas se você não conhece a série, então leia a resenha que eu fiz sobre o primeiro livro, O Labirinto Dos Ossos, e o segundo, Uma Nota Errada.

O Tesouro De Klaus - O Mar E Seus Mistérios - Pt.2

E agora o desfecho de mais um capitulo da aventura de nossos amigos, Horn, Barius, Darko e Tronk. Se você não os conhece, clique aqui.


Eles entraram na floresta, e foram na direção noroeste, que foi a direção para onde o Zawok havia ido. Eles
andaram por muito tempo, até que se cansaram e pararam para descansar numa das muitas clareiras que
havia naquela floresta. Tronk se ofereceu para ficar de vigia, enquanto Barius e Horn foram dormir.
Tronk sentou-se no chão e ficava olhando para todos os lados, atento para qualquer ataque tanto do Zawok,
quanto de um animal selvagem. Ele ouviu galhos se quebrando, como se alguém tivesse pisado num galho,
quebrando-o com o peso.
Então um Wartong pulou para cima dele, com a bocarra aberta. Tronk abaixou-se e rasgou a criatura ao
meio. Ele olhou e viu várias daquelas criaturas, então ele disse:
-Acordem! Acordem!
Bariu acordou com a espada na mão e pronto para qualquer ataque. Horn acordou cambaleando de sono e
quase deixou a adaga cair. Três dos Watongs andaram até eles e os observaram, ficaram assim por alguns
minutos, que pareceram horas para Horn. Horn observou os Wartongs: eram criatura parecidas com tigres,
porém tinham espinhos pela espinha dorsal, e caninos que não lhe cabiam na boca, além de serem do
tamanho de uma carroça pequena. Então, as criaturas os atacaram. Barius desviou-se e decapitou um. Tronk
desferiu um soco no focinho do bicho, que caiu no chão ganindo de dor, então Tronk levantou a espada e
cortou ele ao meio. Horn caiu no chão com o bicho em cima de si, pegou a adaga e perfurou a costela dele.
Porém, isso só deixou a criatura mais nervosa e ela tentou abocanhar seu rosto, porém Horn o tirou de cima
de si com um chute. Barius perfurou o bicho no estômago, e subiu com a adaga, fazendo um corte que ia do
estômago a cabeça.  
-Vamos embora daqui! Antes que mais deles nos ataquem! – disse Barius, virando-se e penetrando na
floresta.
Horn e Tronk foram logo atrás. E caminharam até o Sol nascer.
-É melhor que cheguemos, enquanto é dia, por que ele está em seu esconderijo. E depois puxamos Darko
para fora, para então levá-lo para o barco, saímos daqui, antes que anoiteça e vamos embora.
Eles continuaram a andar, até que acharam uma caverna com espaço suficiente para caber à casa de Horn
inteira dentro. 
-Muito bem, nós iremos entrar, pegar Darko e sair. Ele não pode nos machucar fora da caverna, mas isso de
dia. Precisaremos ser rápidos para chegar à praia, entra no barco e zarpar. Então, vamos – disse Barius,
virando-se e entrando na caverna, seguido de Tronk e Horn.
Dentro da caverna, era quase impossível de se ver alguma coisa. Eles só conseguiam ver, por causa da luz do
dia que entrava um pouco na caverna, os fazendo presumir que a criatura estava mais para o fundo da
caverna.
-Tome cuidado, quando ficarmos na escuridão total, possivelmente ele nos atacará, fiquem atentos para os
quaisquer sons que ouvirem – sussurrou Barius.
Eles penetraram cada vez mais fundo na caverna, até que Horn quase caiu, pois pulou um degrau que não
vira. Ele percebeu que havia uma pequena escada, mas apenas ali.
-Achei uma escada aqui, talvez tenhamos que descer, pois lá embaixo não chega à luz do Sol – sussurrou
Horn, já começando a descer os degraus. Barius e Tronk o acompanharam.
Após descer todos os degraus, eles chegaram num lugar escuro e com cheiro de mofo.
-Eu vou à frente, sigam o som dos meus passos – disse Barius.
Eles andaram durante alguns minutos, até que Barius parou quase fazendo Horn e Tronk se chocarem nele.
-Ali está ele! – sussurrou Barius.
Ele se aproximou de Darko, que estava inconsciente e o pegou, colocou-o no ombro e sussurrou:
-Vamos!
Após subirem as escadas, Barius deu Darko a Tronk. Horn ainda estava na escada, e sentiu alguma coisa
agarrar seu calcanhar. Rapidamente, mais por instinto do que por coragem, ele sacou a adaga e perfurou a
mão do bicho, que o soltou e deu um rugido, fazendo a caverna tremer.
-Temos que sair daqui, vai desmoronar – gritou Barius, correndo para fora da caverna.
Os três saíram em disparada, porém a criatura os viu e começou a persegui-los. Horn percebeu que o Sol
não estava mais no céu, ou seja, a criatura estava livre. Quando conseguiram escapar, a criatura saiu junto
com eles.
-Acharam que eu iria deixar vocês escaparem?! – disse o Zawok, dando uma longa e alta gargalhada depois.
De repente, um arpão cortou o ar e acertou em seu peito, fazendo-o cair. Quando eles olharam para a
direção de onde tinha vindo o arpão, viram Kalo.
-Rápido, corram! Acho que isso não vai segurá-lo muito tempo – disse ele, virando-se e sumindo na mata.
Horn, Barius e Tronk foram atrás dele. Após muita correria, chegaram ao barco. Todos subiram, deitaram
Darko no chão. Porém, eles ouviram a gargalhada novamente e quando olharam para o alto, o Zawok estava
parado, em pleno ar, com as asas batendo rapidamente e segurando o arpão. Não havia mais ferimento em
seu peito, nem uma cicatriz. O Zawok soltou o arpão no chão.
-Acharam que podiam me impedir com isso aqui? Vocês são muito burros, eu os prenderei em minha
caverna e irei comer vocês um a um! – disse o Zawok.
-Você não vai fazer isso! – disse Horn, jogando a adaga.
Porém, Horn sentiu uma dor aguda na costela, e olhou para ver o que era: a adaga que ele havia lançado
estava fincada em sua costela.
- Dessa vez não! – disse o Zawok, que estava na frente de Horn.
-Como? – disse Horn, caindo no chão de joelhos.
-Como podem ver, sou mais rápido do que vocês. Portanto desistam e todos saem felizes daqui.
Barius correu para cima dele com a espada, mas o Zawok, em uma fração de segundos, estava atrás dele.
-Você não pode me deter!– disse o Zawok, pagando o ombro de Barius e o jogando em direção a borda do
barco.
Tronk correu em direção a ele, porém o Zawok correu até o outro lado, dessa vez tão rapidamente que não
ficou nem vulto. Ele começou a gargalhar, porém uma espada o atravessou na região do esôfago. Tronk o
agarrou e o jogou na água, e disse:
-Vamos!
Kalo subius as velas, e começou a orar para Qualingo, o deus dos ventos e dos mares. O Zawok voltou
cheio de fúria, com a espada na mão, e o esôfago se regenerando. Horn estava deitado no chão, gemendo de
dor. Tudo a sua volta girava, e cada vez que ele respirava, ele sentia uma dor lancinante.
O Zawok aproximou-se de Tronk, jogou a espada na praia, e abriu a boca, exibindo os dentes e dando um
rugido. Então, de repente, o Zawok ajoelhou no chão com o peito chiando, como se estivesse queimando.
Ele virou-se e  viu Horn, quase desmaiando de dor.
-Você está morto! – disse Horn, caindo no chão inconsciente. O Zawok levantou-se, porém estava fraco e
acabou tropeçando na borda do barco, caindo na água. Todos foram cuidar de Horn, enquanto isso, um
vento forte se abateu sobre as velas e o barco começou a zarpar. Tronk pegou uma balsa e remou até a
praia, pegou a espada e remou de volta ao barco, que não parava, mas ele chegou lá rapidamente.  
Três dias depois, Horn estava olhando pela amurada do barco, com uma atadura nas costelas, e a cada
movimento brusco que fazia, sentia uma pequena pontada de dor, mas já conseguia respirar melhor. Ele
pensava se algum dia voltaria a Vickenaum, e, mais importante, se acharia o tesouro. “E se tudo aquilo que
está no diário de meu bisavô for mentira. E se ele tiver inventado tudo aquilo só para impressionar. Aliás, o
diário está incompleto, e meu bisavô sumiu. Talvez esteja morto.”, pensou Horn, porém teve os pensamentos
atrapalhados, pois acabara de avistar o contorno de alguma criatura enorme embaixo do barco.
-Barius! – disse ele.
Barius andou até ele e perguntou:
-O que foi?
-Eu vi um contorno, possivelmente de uma criatura, enorme. Ele acabou de passar para baixo do barco –
explicou Horn.
Então, eles ouviram Darko chamar. Quando chegaram lá, Darko disse que avistara o contorno de uma
criatura enorme.
-Nós não sabemos o que é, portanto não vamos atacá-la. Vamos esperar. Kalo, não dá para acelerar? –
perguntou Barius.
-Claro! – disse Kalo, subindo mais uma vela maior do que as outras. Percebendo que o vento estava vindo
lateralmente, ele ajustou as velas a 45 graus, impulsionando o barco rapidamente.
Darko, Horn e Barius ficaram de olho na água, para o caso da criatura voltar.
-Vocês estão cismados! – disse Tronk, que estava meio tonto, pois bebera muito hidromel.
Depois de algum tempo, eles relaxaram e foram beber um copo de hidromel. Eles beberam, e Barius pegou a
flauta e começou a tocar. Eles começaram a dançar e se divertiram, até a madrugada. Quando todos foram
dormir, não perceberam que a criatura estava embaixo do barco de espreita. Kalo foi dormir e deixou o
barco seguindo reto. No outro dia, Horn, Barius, Darko e Tronk acordaram tarde, e Kalo disse:
-Finalmente, acordaram.Vamos desjejuar?
Eles comeram pão com queijo, e beberam leite. Kalo contou que ficou dando risada deles, enquanto eles
dançavam e cantavam. Principalmente de Horn, que Kalo disse que dançava como uma galinha. E todos
caíram na risada. Então, o barco tremeu.
-O que é isso, Kalo? – perguntou Barius.
-Deve ter sido apenas uma onda mais alta, mas relaxe. Hoje está um lindo dia, e não teremos um mar bravo
hoje. Pelo menos, é o que eu espero – respondeu Kalo, colocando queijo no pão, pela terceira vez. Então o
barco tremeu de novo.
-Eu não acredito que seja uma onde mais forte – disse Barius.
-É a criatura. Ela está tentando virar o barco! – disse Horn, já se enchendo de pavor.
-Não tem nada, é o que o Kalo disse: apenas uma onda mais forte – disse Tronk.
Então, alguma coisa enorme pulou por cima do barco.
-Retiro o que eu disse. O que era aquilo? – perguntou Tronk, já pegando a espada.
-Eu não esperava que fossemos encontrar um desses – disse Kalo.
-Um o que? – perguntou Horn.
-Um Graharn, adulto! Ele é forte, teremos que enfrentá-lo, pelo menos enquanto não chegamos a Ilha De
Brucanei. Rápido, peguem os arpões – disse Kalo, pegando um arpão.
Barius, Tronk, Darko e Horn se armaram com os arpões. O barco acelerou, porém Horn viu o contorno do
bicho na água. A criatura os seguia em uma velocidade incrível. Tronk foi o primeiro a jogar o arpão, mas a
criatura desviou por pouco. Barius lançou o seu, e Tronk foi pegar outro. A criatura nadava rápido e os
alcançaria em pouco tempo.
Tronk e Barius lançaram juntos, a criatura desviou do de Tronk, porém foi acertada pelo de Barius. O arpão
se fincou na lateral do corpo da criatura, porém o bicho balançou o corpo, retirando o arpão, e acelerou o
nado. Horn estava paralisado de medo, e viu Darko jogar o dele, errando por pouco. O bicho estava a uns 2
ou 3 metros deles, e continuava nadando. Barius e Tronk lançaram juntos novamente, porém erraram os
dois. A criatura chegou perto e pulou abocanhando o ar perto de Darko, e novamente se afastando. Eles
continuaram a jogar arpões, porém erravam. Então, os arpões acabaram, e Horn era o único que estava com
um arpão, não lançara, pois estava paralisado de medo. A criatura se aproximou e pulou tentando abocanhar
Horn. Tomado pelo medo e assustado pela bocarra da criatura perto dele, ele enfiou o arpão na goela do
bicho, e logo após empurrou a ponta que segurava como a uma alavanca, fazendo a ponta do arpão rasgar o
estômago, e rasgando o peito e a garganta do Graharn. Horn soltou o arpão junto com o carpo rasgado da
criatura. O sangue se espalhou pelo mar, e Horn sentou no chão, impressionado pelo seu próprio feito.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Tesouro De Klaus - O Mar E Seus Mistérios - Pt.1

Sei que havia dito que publicaria uma postagem por capítulo, mas esse é muito grande, por isso estou dividindo-o em 2 partes. Amanhã terão a segunda parte. Ah, mais uma coisa. Não coloquei essa postagem no ar ontem, pois não havia terminado de corrigir ainda - tudo bem, a preguiça atrapalhou um pouquinho, admito -. Mas estou trabalhando a todo vapor para manter o blog em dia, então divirtam-se:


E eles ficaram por ali, até o dia em que Barius disse:
-Temos que continuar nosso caminho, pessoal!
Após as despedidas, os quatro partiram.
Eles seguiram incansavelmente, até o anoitecer. Armaram acampamento e começaram a cozinhar o jantar.
Após todos terem comido, foram todos dormir. Enquanto Horn, Darko e Tronk dormiam, Barius ficava de
vigia, pois poderiam ser assaltados por ladrões ou atacados por animais silvestres.
No outro dia, a marcha incessante continuou. E foi assim por três dias, até que eles finalmente chegaram à
cidade portuária de Northanael. A cidade era totalmente construída por cima da areia da praia, com cabanas
de pano montadas a beira da praia, o mar estava calmo e a cidade não era agitada como Zacharaz. Porém, o
que impressionou Horn foram os barcos. Havia barcos pequenos e simples, feitos de madeira, mas havia
outros barcos enormes que eram três vezes maiores que a casa dele. O porto não parava saia barco, entrava
barco, nunca ficava uma vaga. Os barcos maiores eram tão grandes que, para entregar os suprimentos, era
preciso de uma canoa, pois eles não ficavam perto do porto.
-Temos que procurar um barqueiro que aceite nos levar até a Ilha Da Caveira – disse Barius, indo para o
porto.
Horn, Darko e Tronk foram procurar uma pousada, para comer e beber. Mas só acharam um bar de
madeira, com homens bêbados. Quando Horn entrou, ele viu um homem gordo e alto levantando-se e
vomitando no chão.
-Lodosso, limpa isso! É a quarta vez, só hoje! - disse o dono do bar, que cuspiu num copo que segurava e
depois passou o pano. Horn disse ao homem que queria alugar quatro quartos, o homem pediu um
pagamento adiantado de 170 giffers, Horn reclamou, mas o homem disse que sem o pagamento adiantado,
não haveria negócio. Horn, sem outra opção, pagou.
Subiu para o quarto, e se deparou com um lugar sujo e com um colchão no chão. Horn largou a mochila no
chão e decidiu que ficaria ali apenas esse dia. No outro dia, Barius disse a ele que conseguira um barqueiro
para levá-los até a Ilha Da Caveira, um barqueiro grande e forte que tinha uma cicatriz que ia do olho até o
pescoço, seu nome era Kalo.
-Nós partiremos amanhã, só não partiremos hoje, por que ele precisa abastecer-se – disse Barius. Eles
ficaram andando pela cidade o dia inteiro, quando anoiteceu, eles foram dormir nos quartos que Horn
alugara. No outro dia, eles acordaram cedo para começar a viagem. Foram para o porto e viram o barco,
era um barco pequeno e largo, que caberia facilmente todos eles e ainda sobraria espaço. Entraram no barco
e Kalo disse:
-Sejam bem vindos ao Quaivok. Vamos começar a viagem.
Ele girou uma manivela e depois outra, fazendo duas velas levantar-se. Ele segurou o timão e disse:
-O vento está a nosso favor, portanto relaxem.
Barius observava o mar, Darko e Tronk bebiam hidromel e jogavam Lupis, um jogo de cartas onde se tinha
que encontrar o par, quem perdesse tinha que beber uma garapa de hidromel inteira, e, pelo que Horn via,
Darko estava perdendo, pois ele estava tonto e gritando coisas sem sentido. Horn desceu até a proa e
deitou-se numa rede, aconchegou-se e adormeceu.
Acordou assustado, com o barco tremendo. Saiu da rede e subiu ao convés, e viu o que os ameaçava.
-Navegamos rápido, é quase de noite, porém ainda estamos longe da Ilha. Ele nos atacou – disse Kalo -
Vamos descer para a proa, ou ele irá nos matar!
Eles desceram para a proa, então Horn percebeu uma coisa que não havia percebido antes: três canhões
negros estavam com a ponta apontada para fora, por pequenas portinholas. Barius, Kalo e Darko ocuparam
os canhões, e Horn ouviu um grito.
-Ele está com o Tronk! – gritou Barius.  Os tiros ressoavam e os rugidos da criatura ecoavam cada vez mais
alto. Então, a criatura rugiu e Tronk caiu na água com estrondo. Um dos tentáculos entrara na proa como
uma espada e depois uma pancada acertou um dos canhões, que girou e acertou o maxilar de Barius,
fazendo-o cair. Ele colocou a mão no queixo e reclamou. Depois de um tempo, a água ficou vermelha e o
polvo gigantesco morreu, deixando-se boiar. Horn subiu e olhou para o monstro, era enorme, provavelmente
era maior do que Vickenaum. 
Kalo subiu ao convés com Barius e Darko atrás dele.
-Temos que pegar Tronk! – lembrou-se Barius, correndo para a borda do convés. Tronk estava lá, boiando
desmaiado. Kalo desceu a rede e conseguiu enrolá-lo, depois puxou ele para cima, soltando-o com violência
no chão. Tronk acordou assustado, e disse:
-Cadê minha espada?
Kalo entregou a espada a ele, toda enrolada na rede. Tronk desenrolou-a, colocando-a de volta na bainha
logo em seguida. Ele desceu para a proa para se trocar. Kalo amarrou uma corda no mastro e outra na
cintura de Darko, e desceu ele até o buraco no casco. Depois de quase uma hora, Darko disse:
-Está pronto!
-Vocês anões são surpreendentes, nunca consertaria isso tão rápido e tão bem – disse Kalo, içando Darko
de volta ao barco. Levantou as velas novamente, e, por sorte os ventos estavam a favor deles, portanto o
barco começou a navegar rapidamente.
E assim foi por três dias, até que um dia, Horn acordou e percebeu que o barco parara. Confuso, Horn subiu
ao convés e perguntou a Barius:
-Por que paramos?
-Precisamos nos reabastecer de suprimentos e água. Vamos descer. Acho que não zarparemos tão cedo –
disse Barius, descendo a escada de corda que estava pendurada na borda direita do convés. Horn foi logo
atrás dele, descendo com cuidado, pois não confiava naquelas cordas. Pisou na água e sentiu suas botas de
couro sendo molhadas. Retirou as botas e foi com elas na mão até a areia, sentindo a água do mar molhando
seus pés e os descansando. Chegando à areia, sentiu a areia grudando em seus pés, afundando sobre seu
peso. E pensou: “Preciso de um banho. Faz quatro dias que não tomo um”.
-Barius, em que pousada Kalo está? – perguntou Horn.
-Pousada? Nós estamos numa ilha despovoada, pelo que Kalo me disse – disse Barius.
-Então, quer dizer que nós dormiremos no chão?! Eu quero tomar um banho! Como você consegue viver
assim?!
-Estou acostumado, como sabe, tive que me virar sozinho desde pequeno, pois meus pais morreram quando
eu tinha cinco anos.
Horn se deitou na areia, deixando a areia entrar no cabelo e grudar em seu corpo. Resolveu tirar a roupa e
tomar um banho de mar. Sentiu a água limpando seu corpo, retirando todo o suor e cansaço dos últimos dias.
Dias trabalhosos: levantando velas, girando maçanetas e comendo apenas pão e queijo com hidromel, além
de dormir em redes que, apesar de não serem muito desconfortáveis, também não são como belas camas de
colchões macios. Perguntou-se onde estava Darko e Tronk, mas ele sentiu alguma coisa mexer-se perto dele,
retirando Darko e Tronk da sua cabeça. Era alguma coisa grande, ele então viu três barbatanas e uma
criatura enorme vindo para cima dele. Ele começou a nadar, porém viu mais três junto com aquele primeiro.
Nadou mais rápido, então viu um arpão passando por cima de sua cabeça e acertando uma das criaturas.
Horn conseguiu chegar à areia e uma das criaturas tirou a cabeça para fora. Horn olhou para ele e viu: dois
olhos vermelhos com dentes que pareciam mais espinhos amarelos. Outro arpão voou e acertou a boca do
que tirou a cabeça para fora. A criatura que sobrara, foi embora rapidamente.
-Temos comida para hoje! – Horn ouviu Kalo dizendo.
Horn vestiu-se e perguntou:
-O que é isso?
-É um Graharn, espécie de criaturas marinhas parecidas com os tubarões, porém são muito mais ferozes e
maiores. Esses não devem ter mais de 3 anos – explicou Kalo, apontando para as criaturas.
-Eles ficam maiores que isso? – disse Horn, apontando para as criaturas de 1,5.
-Podem ficar maiores que meu barco. São criaturas muito ferozes, disso tenho certeza. Tronk me ajuda a
carregá-lo? – disse Kalo, dirigindo-se para a criatura morta. Os dois carregaram a criatura para areia. Kalo
retirou o facão e começou a retirar a pele do Graharn. Horn percebeu que a pele era esverdeada e, após
acariciá-la, era áspera.
-Ficaremos aqui por dois dias, no máximo – disse Kalo, separando as carnes.
-Nós teremos comida para esses dois dias? – perguntou Barius.
-Sim, apenas esse Graharn nos daria comida por cinco dias! – disse Kalo, agora embrulhando as carnes com
folhas de palmeiras, muito abundantes na ilha.
-Por que precisaremos ficar por dois dias? – perguntou Tronk – Pelo que sei temos pão, queijo e leite que irão durar até chegarmos a próxima ilha.
-Precisamos de água doce. E também o vento está contra nós e o barco navegará mais devagar assim.  Eu
acho que ouvi barulho de uma cachoeira, porém precisarei de ajuda. Tronk e Barius venham comigo. Darko
fique vigiando aqui. Horn vá pegar lenha e prepare-se, pois teremos que jantar e Barius me disse que você é
o que cozinha melhor no grupo.  – disse Kalo.
-Está bem! – disse Horn, sentindo-se lisonjeado pelo elogio. Tronk, Barius e Kalo penetraram na floresta
atrás da cachoeira. Darko foi para perto do barco e Horn entrou na floresta.
Ele andou por alguns minutos atrás de galhos secos, mas não os achava. Ouvira um barulho de pés correndo
e avistara um vulto. Ficou parado, ouviu passos se aproximando, olhou para a direita e viu um par de olhos
vermelhos. O par de olhos se aproximava, mas então um zumbido alto começara a se aproximar de outro
lado, fazendo o par de olhos afastarem-se rapidamente.
Horn olhou para o lado de onde o zumbido estava vindo e deparou-se com uma visão que o encheu de
medo: centenas, talvez milhares, de Xinocos vinham em sua direção. Horn olhou para a mochila e se deu
conta de que eles estavam atrás da carne. Horn começou a correr. Os Xinocos são criaturas grandes e com
asas transparentes que batiam muito rápido, tinham garras afiadas em cada uma das seis patas, além de um
ferrão afiado e fino, que poderia atravessar uma arvore de um lado ao outro facilmente.
Horn corria e corria, já nem sabia onde estava, porém o zumbido estava sempre próximo avisando-o de que
se parasse, morreria. O coração batia rápido no peito, a pulsação acelerava-se a cada segundo, adrenalina e
medo se misturavam numa sensação que Horn não saberia descrever. Ele corria cada vez mais rápido, porém
o zumbido não se afastava e toda vez que Horn olhava para trás, sentia um medo terrível. De repente, um
estampido alto e logo depois uma nevoa verde espalhou-se, espantando os Xinocos. Horn lembrou-se do
Grande Ataque Xinoco, que aterrorizou Vickenaum durante três anos. Horn olhou para os lados, procurando
quem lhe salvou a vida, porém nada viu, além de um grilo que o olhava, como que se perguntando quem ele
era. Olhou para cima e viu uma sacola de galhos secos e um pouco envelhecidos pelo tempo.
Horn pegou a sacola.
-E agora, onde estou? – disse Horn para si mesmo.
Olhou para os lados e aguçou os ouvidos para ver se ouvia o barulho do mar. Olhou para o alto, e se
espantou: ele não conseguia ver o céu, via apenas os galhos e folhas das arvores. “Se ficar parado, não
chegarei a lugar nenhum!”, pensou ele, começando a andar. Ele andou durante horas, até que se cansou e
começou a pensar se estava andando em círculos.
Sentou-se no chão, mas então viu novamente os olhos vermelhos. Ele olhou para aqueles olhos e aquilo
prendeu a atenção dele, enchendo-o de medo. Os olhos foram se aproximando e uma flecha passou rente ao
nariz de Horn, afastando o par de olhos novamente.
-Não se meta com os Jaikos, são criaturas extremamente perigosas – disse um homem que Horn não
conhecia – Meu nome é Xanon – disse o homem estendendo a mão.
-Meu nome é Horn – disse Horn, também estendendo a mão.
Horn olhou com curiosidade para Xanon, Ele vestia uma calça de pano desfiada, com o peito nu. Era cego
dum olho e tinha o cabelo prateado. “Com certeza, uma figura diferente”, pensou Horn.
-Foi você que me salvou dos Xinocos? – perguntou Horn, olhando com curiosidade para o cinto de Xanon.
-Xinocos? Não, faz tempo que não vejo Xinocos, mas Jaikos como esse que você estava vendo são muito
freqüentes. Eles te hipnotizam e depois te devoram – responde Xanon, olhando para onde o par de olhos
estava.
Horn observava com muita curiosidade o cinturão de Xanon: havia sacos amarrados nele, que pareciam estar
cheios e pesados.
-Você está perdido? – perguntou Xanon.
-Sim, quero chegar à praia para encontrar meus amigos – respondeu Horn.
-Eu te levo, vamos – disse Xanon, se virando.
-O que você leva no cinturão?
-Eu levo jarkas, frutas que quando jogadas com grande força no chão, expelem um gás capaz de afastar
muitas das criaturas dessa ilha. Tenho zinol, uma pequena fruta que tem um liquido venenoso, uso na maioria
das vezes em minhas flechas. Tenho também quafon, tronto e vinanzim, que são as três frutas necessárias
para se fazer a cura dos venenos mais mortais. Vivo aqui há muito tempo e tive que aprender a viver na
floresta. Só pego o necessário para mim, pois não quero perturbar Sato, a deusa das florestas. Chegamos à
praia e imagino que aqueles sejam seus amigos.
Horn olhou para frente e viu o barco e seus amigos e gritou:
-Estão com fome, rapazes?
Todos correram para se encontrar com ele. Barius perguntou:
-Onde você estava?
Horn contou toda a história a eles.
-Quem é ele? – disse Darko, apontando para Xanon.
-Esse é Xanon, se não fosse por ele eu estaria morto – respondeu Horn.
-Seu amigo tem que aprender a não se aproximar de criaturas que ele não conhece. Se eu não tivesse
aparecido, seu amigo teria sido devorado por um Jaiko – disse Xanon.
-Quer jantar conosco, Xanon? – perguntou Darko.
-Sim!
Horn preparou o jantar, e depois de todos jantarem, foram dormir. Nenhum deles percebeu, mas olhos
amarelos os espionavam da floresta. No outro dia, todos acordaram com um grito.
-Mas o que é isso?! – gritou Horn, que acabara de avistar Xanon. Ele estava deitado, com o pescoço
torcido, o peito rasgado, encharcando de sangue a areia em volta dele.
-Alguma coisa nos atacou á noite, acho que ele tentou nos proteger. Presumo que tenha morrido um pouco
antes do amanhecer. Pelo jeito que ele foi morto, também presumo que seja um Zawok. Um Zawok é uma
criatura humanóide, com asas negras nas costas, garras enormes nas pontas dos dedos, todos os dentes
afiados como caninos, olhos vermelhos e podem chegar a 2,5 metros de altura. Eu não conheço nenhum jeito de matar um Zawok.
-Só de você falar, fiquei com medo. Acho melhor partirmos imediatamente. Temos comida o suficiente para
cinco dias e...
-Também acharia melhor, mas ainda não temos água suficiente para chegar à próxima ilha – disse Kalo.
-Temos que ir ao barco e zarpar daqui, por que se essa criatura nos achar, acho que ela não terá piedade.
Agora vamos ao riacho, pegar água e vamos sair daqui – disse Darko.
-Acalme-se, Darko. Kalo, estamos há quanto tempo até a próxima ilha? – perguntou Barius.
-Se formos rápido, chegaremos nela em cinco dias.
Todos pegaram os galões e foram para o riacho, e ficaram pegando água o dia todo. Anoiteceu, e eles
voltaram para o acampamento.
-Temos o bastante para não morrermos de sede no caminho? – perguntou Horn.
-Sim – respondeu Kalo, já subindo no barco.
Todos subiram, só faltava Darko, porém quando eles estavam subindo, viram um vulto e depois ouviram
Darko gritar. Quando olharam para o céu, viram a criatura. Devia ter 2,5 metros, era magra, tinha orelhas
pontudas e os olhos dourados. As asas negras batiam a uma velocidade incrível. O Zawok, com Darko nos
ombros, virou-se e caiu em queda livre, numa velocidade incrível, em direção a floresta. Todos estavam
abismados demais para falar alguma coisa, até que Barius disse:
-Temos que salvá-lo.
-Concordo – disse Tronk, pegando a espada de folha larga.
-Mas aquela criatura vai matar todos vocês! Não vê, ele pegou Darko e fez um convite para o jantar, que
serão vocês! – disse Kalo.
-Temos que salvá-lo, ele é nosso amigo!
-Admiro a coragem de vocês, mas eu não vou – disse Kalo, indo para a proa do barco.
-Você vem com a gente, Horn? – perguntou Barius.
-Sim, eu vou. Apesar de eu não conhecê-lo tão bem, acho que ninguém merece morrer – disse Horn,
pegando no cabo da adaga, que estava presa no cinto.
-Então, vamos! –disse Barius, descendo para a praia 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Tesouro De Klaus - Zacharaz e A Maga

Agora estou repostando o segundo capítulo, com algumas correções, mas nada muito drástico. Espero que gostem. Se quiserem ler o primeiro capitulo, clique aqui. E comentem! Aceito criticas e sugestões, elogios também.
Agora o segundo capítulo:

 De repente, tudo se calou e ficou no maior silêncio. Horn não queria abrir os olhos, então sentiu alguém bater no seu ombro, e ouviu uma voz desconhecida dizer:
-Levante-se, acabou.
Horn se levantou e viu outro ser da sua espécie, um folklin, o que o surpreendeu. Viu á frente, outros folklins cuidando da perna de Barius, ouviu um dizer:
-Coloque isso na boca, pois vai doer – disse o folklin, entregando um pequeno bastão a Barius - E não se
mexa demais, pois pode dar tudo errado!
Barius colocou o pequeno bastão na boca, o folklin pegou na flecha e começou a puxar. Barius arregalou os
olhos e começou a se balançar violentamente.
-Segurem ele, segurem ele! – gritou o folklin que estava puxando a flecha, os outros três folklins seguraram
Barius, o folklin puxou com mais força, e Horn observou que Barius começou a suar. O folklin retirou a
flecha, pegou um pano e fez um torniquete para estancar o sangramento, ele botou a mão em cima e
sussurrou uma canção. A mão dele começou a brilhar, e Horn ficou encarando com os olhos esbugalhados.
-Ele está recitando uma oração para Xaica, o deus das curas e remédios – explicou o folklin, que estava
acompanhando Horn. Barius foi colocado num monte de palha na traseira de uma carroça, e foi levado para
Zacharaz, Horn e os outros folklins foram a pé.
Ao chegar a Zacharaz, Horn se surpreendeu: era totalmente diferente de Vickenaum, era agitada e cheia de
turistas, com feirantes anunciando seus produtos aos berros. Havia estátuas enormes em homenagem a
deuses como: Xaica, o deus das curas e remédios, Prioz, o deus dos trabalhadores, Lazandra, a deusa da
colheita e da fertilidade e Cairon, o deus da felicidade. Horn nunca vira uma cidade tão agitada. Darko e
Tronk foram ver Barius, mas Horn foi alugar um quarto numa pousada. Ele achou uma pousada, e foi
conversar com a mulher que estava atendendo outro homem.
-Posso ajudar em alguma coisa, querido? – perguntou a mulher.
-Gostaria de saber se você tem quatro quartos – disse Horn.
-Está com sorte são os nossos últimos quartos, por quantos dias irão ficar? – perguntou a mulher.
-Uma semana – respondeu Horn.
-Também vai ver o show dos Viajantes? –perguntou a mulher, enquanto fazia anotações num pequeno
caderno com capa de pano
-Show dos Viajantes? – disse Horn, que nunca ouvira falar nos Viajantes.
-É. A época em que eles vêm aqui, sempre é uma época de felicidade e tumulto, por isso a cidade está tão
cheia.
-Que dia acontecerá?
-Amanhã.
-Irei passar lá – disse Horn. Nessa hora, Darko e Tronk chegaram, com Barius andando normalmente.
-Esses folklins são muito bons, minha perna está como antes da flecha – disse Barius, mostrando que não
havia nem cicatriz onde a flecha havia acertado. A mulher entregou a chave a eles e todos subiram para seus
quartos. Ao chegar ao quarto, Horn agradeceu a Losen, o deus da memória, por não ter esquecido a
mochila, onde estavam suas roupas e o diário. Ele tomou um banho, depois se vestiu com a melhor roupa que
ele tinha na mochila. Saiu e trancou o quarto, deixando a chave com a mulher gorda. Saiu da pousada e foi
para onde ele viu as lojas e os feirantes. Ao chegar lá, se assustou com a quantidade de gente que havia
andando por lá. Folklins e turistas se misturavam num lugar onde o consumismo era levado acima de tudo.
Havia lojas de tudo: roupas, brinquedos, livros, armas e outras coisas mais. Havia barulho e agitação,
principalmente pela parte dos feirantes que gritavam sem parar. Havia feiras vendendo frutas, outras peixe,
outras carne. Horn apalpou os bolsos e percebeu que trouxe um pouco do dinheiro com ele. Ele saiu
andando pelas lojas e gastando com roupas, livros e várias coisas.
 Quando anoiteceu, voltou à pousada. Subiu para o quarto e tomou outro banho, vestindo suas novas roupas
e prendendo a pequena faca de prata, no cinto. “Não irei andar mais desprotegido por aí”, pensou Horn.
Desceu as escadas para jantar, chegando ao refeitório, assustou-se: uma mesa enorme estava disposta no
centro de um salão, do tamanho de quase metade de sua casa. Sentou-se ao lado de um homem moreno,
sem camisa e descalço, mas com uma calça de couro. O homem tinha uma tatuagem com uma serpente no
peito, e ela parecia que se mexia. De repente, a tatuagem atacou Horn.
-Acalme-se, Frigia! Desculpe por ela, não está acostumada a ver tanta gente. Meu nome é Garoniko – disse
o homem, alisando a cobra.
-Meu nome é Horn.
-Prazer. Quer acariciá-la, ela não irá mordê-lo.
-Sim – disse Horn, passando a mão de leve na cabeça da cobra.
De repente, a porta se abriu e vários homens e mulheres começaram a dispor os pratos na mesa, após isso
todos se serviram. Horn viu Darko, Tronk e Barius comendo tanto quanto podiam agüentar e ele também fez
a mesma coisa. Depois, à noite, ele voltou para seu quarto, e dormiu rapidamente. No outro dia, ele
levantara-se cedo, quando o Sol estava nascendo, trocou-se e desceu para tomar o café da manhã.
Chegando ao refeitório, ele encontrou Barius comendo.
-Barius! Por que acordou tão cedo? – disse Horn.
-Vou à biblioteca – respondeu Barius.
-Então, vamos desjejuar juntos e depois vamos à biblioteca.
-Está bem.
Após desjejuarem, Horn seguiu Barius até a biblioteca, chegando lá mostraram o mapa a mulher e
perguntaram se ela conhecia o lugar, ao que ela respondeu negativamente. Procuraram em alguns mapas, mas
não acharam nada. Voltaram para a pousada chateados com a derrota.
Ao chegar à pousada viram várias pessoas saindo de lá, e Horn se lembrou dos...
-Viajantes! – disse Horn e começou a correr na direção da multidão, Barius nada pode fazer além de segui
lo. Chegando à praça da cidade, Horn se encantou com o show dos Viajantes. Era maravilhoso: tinha
raposas de três caudas dando mortais ao mesmo tempo em que pulavam através de uma argola de fogo,
malabarista com garrafas que pareciam conter uma chama verde, um homem que montava um tigre branco
enorme, uma mulher que soltava gelo pelas mãos e várias outras atrações. Horn ficou impressionado com
tudo, não parava de andar para todos os lados. Chegou à noite, e ele se encaminhou para a pousada. No
outro dia, acordara e percebera que os viajantes estavam dando outro show, tomara um banho e colocara
sua melhor roupa, logo após desjejuou rapidamente e correu para a praça da cidade. Lá ele viu novas
atrações, como: um homem acompanhado de um pássaro que era maior que ele, havia um grupo de três
esqueletos, um cantor, o outro tocava flauta e o outro dançava. Havia também um homem arvore que jogava
truco e nunca perdera, pelo menos é o que ele contava. Após ficar abismado com isso, fora andar para
outros lugares e encontrara uma barraca enorme e roxa, de lá saia uma luz branca e havia vários desenhos na
barraca, ele, curioso como todo folklin, entrou na barraca e se deparou com uma coisa extremamente
estranha: uma mulher cega tinha nas mãos pedras que brilhavam.
-Quem está aí? – disse a mulher.
Horn foi saindo de fininho, mas a mulher disse:
-Não se preocupe Horn. Não irei fazer mal a você, quer que eu veja seu destino?
-Como você sabe meu nome? – disse Horn.
-Eu sei de muita coisa, já sabia que você viria, porém não sabia quando. As runas me dizem tudo, tudo.
Horn achou que a mulher era louca, mas quando tentou sair, a barraca se fechou e ele não conseguiu sair.
Pegou a adaga, mas antes de cortar a lona da barraca, a mulher disse:
-É melhor não fazer isso.
Mas Horn não deu atenção ao que ela disse enfiou a adaga na lona da barraca, ou pelo menos, tentou enfiar,
pois a adaga bateu e voltou.
-Me solte! – disse Horn, a mulher.
-Tudo que quero é sua permissão para ver seu destino.
-E por que não viu ainda?
-Por que preciso da sua permissão. Só consegui ver que viria, pois você estava no meu futuro, e agora está
no meu presente.
Horn percebeu que as runas emitiam um brilho branco, então disse a mulher:
-Então veja meu destino.
A mulher jogou as runas e passou à mão por cima das runas que estavam viradas, então ela começou a
sussurrar e o brilho das pedras foi ficando maior, até cegar Horn. Então, Horn se viu numa ilha com barcos
piratas destruídos e ouro no chão, depois num lugar com casas de madeira e várias estatuas de pessoas,
depois numa floresta com as arvores cheias de neve e vários lobos brancos, mas então acabou. Então, Horn
se viu caído no chão.
-O que foi isso?
-São os três primeiros lugares que você tem que visitar para achar o tesouro de seu bisavô, Horn.
A barraca se abriu e ele saiu, abismado com o que acabara de acontecer. Apesar dos viajantes contarem
com várias coisas extraordinárias, aquilo foi mais extraordinário do que tudo.
Saiu de lá, e foi para a pousada almoçar. Almoçara calmamente, logo após foi para seu quarto, olhar para o
mapa que estava no diário. Como não pensara nisso, o desenho indicava claramente o que era: uma ilha
pirata. Foi para o quarto de Barius, procurá-lo. Não o achou. Desceu e perguntou para a mulher gorda onde
estava seu amigo, ela disse que ele deixara a chave do quarto ali com ele e saiu. Horn presumiu que ele foi
para a biblioteca, procurar em outros mapas que lugar era aquele. Ele foi para a biblioteca e viu Barius,
gritou:
-Barius
-Horn, que foi? – disse Barius, assustado com o grito do amigo.
-Descobri o lugar onde devemos ir, é uma ilha pirata.
Barius assustara-se com a afirmação de Horn. Eles saíram da biblioteca.
-Apesar de nunca ter navegado, já ouvi histórias sobre a Ilha Da Caveira. Presumia que fosse ela, porém
estava com medo de estar errado e acabarmos nos arriscando por nada – disse Barius, pensando como
fariam para ir até lá – Como soube?
Horn contou sobre a mulher cega, que ela viu o futuro dele e mostrou para ele, e havia uma ilha com barcos
piratas destruídos e ouro no chão, por isso tinha certeza que chegariam.
-Talvez você chegue, pois ela mostrou o seu futuro – disse Barius.
-Nós podemos visitá-la amanhã – disse Horn.
-Está bem.
E eles foram para a pousada, chegando lá, Horn disse:
-Barius, cadê Darko e Tronk?
-Estão aí, não saem muito – respondeu Barius.
Entraram, jantaram e foram dormir. No outro dia, Horn os levou até onde achara a barraca da mulher cega,
porém não estava mais lá.
-Estava aqui, ontem mesmo! – disse Horn, incrédulo.
-Muito estranho não tem nem sinal de habitação nesse local – disse Barius, procurando algum sinal de que
alguém fez acampamento ali.  
-Eu juro que estava aqui!
-Nós acreditamos em você, talvez ela seja uma maga. Vamos voltar, estou com fome – disse Barius, se
dirigindo para a pousada. Horn olhou para o lugar onde estava a barraca uma última vez, pensando em como
a mulher sumira tão rapidamente e o que era uma maga.
Horn, ao chegar à pousada, perguntou o que era uma maga e Barius respondeu:
-Uma maga, ou mago, são pessoas muito poderosas que controlam as misteriosas artes da magia arcana. A
maioria dos magos e magas tem um cetro e alguns, após muito tempo de prática, conseguem ver o futuro
através das runas.
-Que nem uma bruxa? – perguntou Horn.
-As bruxas e bruxos são especializados nas artes negras, como necromancia e invocação de demônios. E a
maioria das bruxas não usam cetros, usam apenas as mãos e encantamentos que, na maioria das vezes, são
orações a Khibar, o deus da magia negra. 
-Ela sussurrava baixinho quando encostou as mãos nas runas.
-Os magos oram para Kaivar, o deus arcano e irmão gêmeo de Khibar.
-A mulher com que eu vi o futuro lia runas, mas eu não vi nenhum cetro.
-Alguns magos e magas se especializam na leitura de runas para saber o futuro de uma pessoa.
Eles chegaram ao refeitório para almoçar e, ao chegar lá, viram que estava a maior bagunça. Os homens
jogavam bebidas e comida uns nos outros e se espancavam, agiam como animais.
-Acho melhor sairmos daqui – disse Barius. Os quatro saíram da pousada e se dirigiram para o centro da
cidade. Ao chegar lá, Horn perguntou á um folklin que passava ali com uma cesta de frutas onde estavam os
viajantes e o homem respondeu:
-Ora, eles foram embora! E agora a cidade voltou a ficar com poucos turistas. Esperávamos um mês de
muitos turistas, mas então eles somem de repente sem mais, nem menos!
Horn ficou pensando naquilo, eles sumiram tão rapidamente...
De repente, eles ouviram a badalada do sino.
-O que é isso? – disse Horn, assustado pela badalada ser tão alta.
-Ou hoje é dia de ritual em nome de alguns dos deuses ou a cidade está sendo atacada por...
-Ghajais! – disse um folklin que passou correndo.
-Rápido, temos que nos esconder! – disse Barius. Os quatro correram até um pequeno bar, e lá ficaram
durante alguns minutos. Então, de repente a porta de vidro estilhaçou-se, pois um folklin foi jogado em cima
dela. Então, Horn viu o que era um Ghajal: A criatura tinha um rosto disforme, com dentes que poderiam
serrar uma pedra, olhos negros. Músculos enormes e punhos maiores do que a cabeça de Horn, havia uma
espada enorme nas costas dele. Tronk sacou sua espada e foi para cima do Ghajal, porém ele era mais
rápido do que parecia ser, pois sacou a espada e defendeu o golpe de Tronk rapidamente. Tronk voltou a
atacá-lo, mas dessa vez com mais força, porém não adiantou de nada, o Ghajal defendeu o golpe com
facilidade. Após isso, chegaram mais quatro ghajais para enfrentá-los. Barius batalhava com dois ao mesmo
tempo, enquanto Tronk e Darko lutavam contra os outros dois. Horn ficava assistindo, atônito. Porém, ouviu
um rugido e quando olhou para trás, viu um Ghajal enorme, com chifres pretos enormes! O Ghajal rodou o
machado, porém Horn abaixou-se, deixando o monstro furioso. O Ghajal desceu o martelo, pretendendo
cortar Horn ao meio, mas Horn rolou para o lado e engatinhou para trás de um balcão. O monstro desceu
novamente o martelo, mas dessa vez no balcão, Horn correu. A criatura virou-se e sorriu.
-Ax vartog! – disse o Ghajal, levantando o martelo e preparando-se para lançá-lo. Horn pegou a adaga e a
lançou, acertando na testa do monstro. E do furo, começou a escorrer um liquido pegajoso e laranja, com um
cheiro pútrido. O monstro caiu de joelhos, gritando e então caiu com o rosto no chão. Um Ghajal voou para
cima de uma das mesas do pequeno bar, quebrando-a. Tronk entrou, com a fúria estampada no rosto,
levantou a espada e cortou o Ghajal ao meio. O cheiro do liquido pegajoso e laranja era pior, pois pingava
no chão, formando uma pequena poça, e deixando Horn enjoado. Quando Barius e Darko entraram com
espada e machado, respectivamente, sujos daquele liquido, que devia ser o sangue daqueles monstros, Horn
não agüentou. Vomitou, logo após ficou tonto e desmaiou.
Acordou logo após, numa cama com travesseiros fofos e com um colchão muito confortável. Olhou para o
lado e viu, em cima de um criado-mudo, uma garrafa da água. Ele a pegou e bebeu praticamente metade,
pois estava com muita sede.
-Ora, vejam quem acordou! – disse Barius, á porta – Vejo que está bem mais revigorado!
-Oh, sim! Estou ótimo! Acho que desmaiei pelo cheiro pútrido do sangue daquelas criaturas asquerosas! –
disse Horn, lembrando-se da adaga enfiada na testa do Ghajal.
-Não me surpreendi que você tivesse desmaiado, afinal você venceu o chafar da tropa de Ghajais que nos
atacou.
-Chafar?
-O chafar é o general da tropa. E os chafars são sempre os mais fortes e grandes das tropas. O que
representa um chafar é que eles têm chifres ganhos após ganhar o torneio e matar o próprio mestre.
-Que horrível!
-A cultura dessas criaturas é odiosa, é totalmente baseada na guerra e nas conquistas. Vivem guerreando
entre si, é por isso que acho que ainda não conseguiram dominar praticamente toda a Freknes, por que, além
de nossa resistência, eles brigam entre si. Muitos Ghajais morrem ainda crianças nessas guerras.
-Realmente, são criaturas horríveis – disse Horn, indo em direção a porta – O que tem para comer? Estou
com muita fome.
-Vamos para a sala de jantar
Horn ao chegar à sala, assustou-se com o tamanho da sala de estar: era do tamanho da sua casa! Jantara
muito bem e logo após perguntou uma coisa que o estava incomodando há um tempo:
-Onde estamos?
-Na casa do Rei Forik, ele nos ofereceu domicilio, pois você acabou com a guerra – explicou Barius.
-Como assim acabei com a guerra?
-Após matar o chafar da tropa, a tropa se rendeu. Então, você acabou com a guerra – explicou Darko, com
a boca um pouco suja de molho de tomate – Aliás, não esperava isso de você. Realmente, parece que temos
um verdadeiro grupo de aventureiros. Um brinde! – gritou Darko, e todos levantaram os copos e brindaram.
Após o jantar, todos foram dormir menos Horn, que não estava com sono. Ele foi para o quarto que a
empregada apontou como seu, olhou pela janela e deparou-se com uma surpresa: o mar! Ele desceu
correndo as escadas e se dirigiu até a praia, após chegar lá ficou olhando o mar. “Como é grande! E é muito
bravo, assim como Barius disse!”, pensou ele. Ele ficou olhando o mar, então sentiu uma mão lisa encostar em seu ombro e quando se virou se viu diante uma folklin de porte majestoso e com os cabelos grisalhos.
Horn presumiu ser a rainha e se ajoelhou. Porém, a rainha disse:
-Não se ajoelhe diante mim, grande herói. A partir de hoje somos iguais, pois você nos salvou de uma
derrota certa! É por isso que lhe entrego o Colar de Calpi, o colar feito a partir do material do chifre de um
chafar. Pegue-o, lhe dará sorte.
Horn o pegou e observou o colar em sua mão: Era todo feito com uma pedra lisa, porém no centro ficava
uma pedra azul-marinho. Horn agradeceu pelo presente e a rainha se despediu dele.
No outro dia, Horn acordou cedo e foi para a cozinha, chegando lá encontrou quatro pessoas preparando o
café da manhã. Eles lhe entregaram pães brancos, queijo, manteiga, leite, café entre outras coisas mais.
Estava tudo delicioso, porém Horn comeu rápido, pois queria ver o mar de novo. Após terminar de comer,
Horn correu até a praia. “Eu tenho a impressão de que já vi o mar antes”, pensou ele, pois sentia certa
familiaridade com o mar.