"A Fúria Dos Reis" é a continuação de "A Guerra Dos Tronos", mas supera seu antecessor. Neste segundo livro de sua principal série, G.R.R. Martin tornou tudo ainda mais grandioso e maravilhoso. A guerra estoura em todos os cantos d'Os Sete Reinos. Um meteoro vermelho aparece no céu, três pessoas se autoproclamam reis, uma guerra está prestes a acontecer no Norte e os Greyjoy entram na guerra por vingança.
O estilo de escrita de G. R. R. Martin é um estilo diferente dos atuais: ele não narra batalhas com frequencia. E, mesmo sem narrar batalhas, ele consegue deixar o livro muito legal. O foco está nos conflitos politicos, além dos conflitos pessoais de cada personagem. Ele nos apresenta personagens que não estão ali por que foram escolhidos ou algo assim, eles não são simples peças num jogo maior. Eles são o pilar principal que sustenta todo o enredo. Se não houvesse certos personagens - como Tyrion Lannister e Jon Snow (meus preferidos) - não haveria história para ser contada.
O livro é muito detalhista, e tem um estilo considerado por alguns cansativo. Para quem diz isso, eu digo que tudo depende do gosto do leitor. Eu sinceramente gosto muito do estilo detalhista, pois com mais detalhes sobre os personagens, podemos imaginá-los melhor. Acho que foi isso que possibilitou a boa escolha dos atores para o seriado da HBO.
Como eu disse anteriormente, G.R.R. Martin tem um estilo de escrita diferente dos demais escritores. E quando digo isso, não me refiro apenas a falta de descrição das batalhas no livro, mas também pelas coisas descritas. A maioria dos livros de fantasia com temática medieval não representa as coisas como elas eram. E isto é o mais interessante da escrita de Martin, ele diz como eram as coisas na era medieval. Para vocês terem uma idéia, há uma cena em que Tyrion está no banheiro! Nunca li um livro de fantasia em que os personagens vão ao banheiro. Não digo que ele descreve cenas como essa detalhadamente e várias vezes, mas a estranho ler que o personagem acabou de esvaziar as tripas num buraco no chão.
Outra coisa da escrita de Martin: há sexo. Ele não economiza em descrições de relações sexuais, ele descrevi tudo! É por isso que é dito que é fantasia para adultos.
G.R.R. Martin disse uma frase que defini bem o que quero dizer com todos esses parágrafos: "É fantasia para quem odeia fantasia".
Martin é muito sútil ao citar a magia no livro, todos dizem que ela está extinta e que criaturas mágicas não existem. Mas é provado que as criaturas mágicas existem, pois, perto do final do livro, em um dos capítulos em que lemos o que está acontecendo com Jon Snow, eles citam gigantes, wargs e mamutes. Está bem, os mamutes não são criaturas mágicas, mas na Idade Das Trevas - a era medieval - não haviam mamutes, então considera-se como algo fantasioso.
São tantos personagens que no final do livro a uma lista de todos e a lista tem quase trinta páginas! Achei que com tantos personagens, o livro seria uma bagunça e os personagens não seriam bem desenvolvidos, porém Martin me surpreendeu dando personalidade própria para essas centenas de personagens.
Um adendo: praticamente todos os personagens da lista não são principais, ou seja, você não acompanhará o que cada um dos sei lá quantos personagens estão fazendo durante a leitura.
Conclusão: G.R.R. Martin se superou criando uma obra tão mágica e maravilhosa quanto a primeira. Agora o que resta é esperar pelo lançamento de "A Tormenta De Espadas", que chega em setembro desse ano aqui no Brasil!
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